
James Akel - Foto: Divulgação
Aos quatro anos de idade você iniciou sua carreira na extinta TV Tupi. Com o tempo, teve passagens pela TV Paulista, TV Record, TV Rio e TV Excelsior, com trabalhos pautados na área infantil. Qual a verdadeira mudança que a TV sofreu nestes 60 anos de existência? Podemos constatar que com o tempo a ingenuidade e doçura do início perderam espaço para a modernidade sufocante? Podemos sim achar que a ingenuidade e doçura perderam espaço para a modernidade sufocante. Mas é um achar não tão verdadeiro. Vejam Chaves e Chapolin, que com textos de extrema ingenuidade e doçura, além de cenários primariamente feitos, tem ibope excelente até hoje. A Turma dos Sete, seriado que fui um dos protagonistas, realizado entre 1960 e 64, se tivesse sido devidamente gravado como seriado estaria sendo vendido até hoje para as televisões. Na época, A Turma dos Sete ganhou todos os prêmios existentes durante todo seu período de exibição. Não vamos esquecer que o desenho de maior sucesso até hoje da TV é o Pica Pau, que é do mesmo tempo que a Turma dos Sete. A modernidade sufocante tenta acabar com a ingenuidade e doçura, mas o ser humano continua sendo o mesmo na essência e por isto as coisas ingênuas sempre terão seu espaço.
Após ter contribuído com a história da TV no Brasil, você não seguiu a carreira de apresentador, optando pela profissão de jornalista que cobre os bastidores da própria televisão. James Akel é um profissional realizado ou há um sentimento de arrependimento por não ter seguido determinado caminho? Existe um segredo não contado no meio disto tudo. Eu tinha doze anos de idade e estava em plena carreira, nunca parando de trabalhar depois da Turma dos Sete e também na dublagem de filmes. Eu era a única criança de verdade que dublava, pois as outras vozes de crianças eram feitas, no caso do cabo Rusti, no seriado Rin Tin Tin, por um anão, que tinha voz esganiçada infantil, no caso de Denis O Travesso, por um adolescente de 16 anos, em inúmeros outros casos, por mulheres com voz de criança. Então, eu tinha uma carreira com bons trabalhos nas duas áreas, a de televisão e a de dublagem. Eis que fui tirado dos dois, repentinamente, por meus pais, que achavam que a carreira poderia atrapalhar os estudos, e principalmente por acharem, equivocadamente, que o ambiente artístico era prejudicial a um adolescente. Um detalhe importante não vai deixar de revelar pela primeira vez, aos 12 anos, quando trabalhava na TV Excelsior, apaixonei-me por uma atriz de lá, que tinha dez anos a mais que eu. Esta atriz, que já faleceu alguns anos atrás, chamava-se Lucy Rangel. E minha mãe descobriu esta minha paixão e ficou com medo das conseqüências disto tudo. A decisão de me tirar da área artística foi de minha mãe, mas não posso criticá-la por isto, pois ela, apenas queria proteger o filho. Mas não posso negar que esta saída da área, no meio de uma realização, me foi traumática. Posso confessar aqui também, que ninguém é realizado como crítico de televisão quando passou pela televisão como eu passei. Eu ainda tenho muito a realizar dentro da televisão e apenas isto me realizaria. Posso até não atingir meus objetivos. Nem sempre a gente atinge os objetivos desejados. Pode até não estar escrito no destino que eu volte a realizar o trabalho que desejo na televisão. Mas eu comecei a escrever a coluna de política, sem televisão. Foi o fato de ver tanta besteira e tanta bobagem e tanta cretinice sendo feita na televisão que me indignaram que me fizeram anexar comentários de televisão na minha coluna. Por eu ter passado por dentro da televisão e ter realizado trabalhos verdadeiros e ter aprendido como se faz de verdade, foi que passei a mostrar como se faz. Quando eu prevejo ibopes e acerto, não é porque sou mágico, mas porque conheço o mecanismo da TV e sei o resultado que determinado projeto vai ter, por ter visto no passado o que aconteceu com coisas iguais.
A escolha pela profissão surgiu naturalmente ou teve a influência de algo ou alguém? E como você ver a não obrigatoriedade do diploma para o curso de jornalismo? A escolha da profissão surgiu naturalmente quando eu tinha 17 anos de idade, quando fui diretor de teatro e passei a atuar como jornalista. O jornalismo para mim é comunicação pura. No caso de obrigatoriedade ou não de diploma, a situação está sendo vista de um ângulo errado pela maioria. Não existia a obrigatoriedade antes. Sempre existiu a obrigatoriedade de diploma para áreas técnicas, como medicina, biologia, e outras. Por muitos anos nem a profissão de advogado exigia diploma. O que houve na área de jornalismo foi um lobby de faculdades que conseguiu que o Congresso aprovasse tal lei de obrigatoriedade para o jornalismo. Mas jornalismo, assim como ser escritor, não se aprende na escola de jeito nenhum. Grandes jornalistas do passado, inigualáveis muitos até hoje, por sua capacidade de grandes reportagens e artigos dos mais variados, nunca tiveram diploma de jornalista. Tem gente que acha que se aprende ética na faculdade. Ora, os casos escandalosos de erro da imprensa, que foram A Escola de Base e Bar Bodega, foram fruto de jornalista diplomado. Então, deu para ver que ética não se aprende na escola. O Jornalismo, assim como a profissão de escritor, são coisas de livre expressão e debate. Porém, por razões de área técnica, a maioria dos lugares que hoje contrata jornalistas, exige o diploma por razões de formação acadêmica. Então não é verdade quando dizem que caiu o interesse de alunos de faculdade pela área de jornalismo depois que caiu a obrigatoriedade do diploma. As faculdades que tiveram reduzidas as vagas tiveram outros motivos para tal, e não a obrigatoriedade de diploma. Vejam que continuam os cursos de turismo e moda a pleno vapor e ninguém obrigam alguém a ter diploma de turismo ou de moda para trabalhar no setor. As pessoas têm que ter competência. Se a não obrigação de diploma fosse razão de redução de vagas de faculdade, o curso de turismo e de moda nem existiriam.
Atualmente você é comentarista político em um programa de rádio, tem uma coluna de variedades na versão online do DCI e mantém um blog na internet, há algum novo projeto em vista? Já disse antes, posso até nem realizar, pois o destino pode não ser este, mas vou continuar tentando realizar meu programa de TV, que é o Ringue da Vida, que é um formato inédito na televisão de todo mundo e que está devidamente registrado.
Com os anos muito vem se falando no ganho com as novas tecnologias, o mercado parou de criar e emissoras de TV resolveram comprar tudo que faz sucesso lá fora. Como você analisa este coquetel mortal: enlatados + formatos estrangeiros? Onde fica a produção e desenvolvimento de algo com a cara do Brasil, oferta que fica cada vez mais escassa? Tirando-se de lado o BBB, assim como A Fazenda, que são as únicas coisas novas na TV, o restante é tudo coisa que já existia com outros nomes. Muita coisa é programa de calouro com outro nome. Outros são games que já existiam na televisão desde o começo. Eu vejo estas compras de produtos de fora como as grandes bobagens da televisão, geradas pela incompetência de seus diretores, tanto na RedeTV, quanto TV Band , as que mais fazem estas bobagens. As outras, SBT e Rede Globo ou Rede Record, fazem menos disto de comprar produtos para produzir aqui. O caso da RedeTV é e TV Band chega a ser uma aberração artística. A RedeTV tem a mesma diretora artística há oito anos e a televisão de lá dá 1 de ibope. O grande mistério é continuar a diretora de lá. No caso da TV Band, o Johnny Saad está apenas interessado no lucro da venda de horário. Os produtos produzidos lá, com a incompetência do vice-presidente artístico e o diretor de programação, têm ibope pífio.
Em dezembro deste ano, com "Sua Vida Me Pertence" da TV Tupi, o gênero telenovela completa 60 ano no país. Muito se fala no esfriamento do setor, atualmente, entre reprises, remakes, inéditas e estrangeiras, doze novelas são exibidas diariamente, há uma overdose no gênero, o que acarreta no desgaste; os autores e emissores pararam de produzir como antes, dando preferência à audiência e não à qualidade; ou os telespectadores estão cada vez mais exigentes? O público quer coisa boa. Não está mais exigente. Mas quer coisa boa. Quer textos bons e atores bons. Na novela Caminho das Índias, a base de atores que sustentou a novela era composta de atores da TV Tupi. A geração atual está longe de ser boa. Vejam que a novela mais comentada hoje é Vale Tudo, da década de 80, que é uma verdadeira aula de texto e atuação. Os atores de hoje deveriam todo dia ver Vale Tudo para aprender a atuar. E os autores também deveriam rever a novela para reaprender a criar trama. O público na sua essência é o mesmo de 60 anos atrás. A cabeça do povo é a mesma. A tecnologia até pode mudar, mas a essência do povo é a mesma e a novela serve para alimentar esta essência.
Um dos assuntos que marcaram a década foi o crescimento da TV Record e a perda da vice-liderança histórica do SBT, aliados à diminuição do "poderio" da Globo, que vem sofrendo com o surgimento das novas mídias. Como você vê e explica o panorama atual? Primeiro, a Rede Globo vem perdendo ibope por sua incompetência em todos os setores. Nunca a direção da Rede Globo foi tão mal feita quanto agora. As outras mídias são mero detalhe que não seriam suficientes para derrubar tanto o ibope. No caso da Rede Record e SBT, é só olhar a história do Ibope e ver que no ano que Silvio começou a fazer a direção de programação, começou a perder ibope para a Rede Record. O atual ibope da Rede Record é apenas uma migração do que foi o ibope do SBT. A culpa é de Silvio sim que é o pior diretor de programação que uma emissora pode ter. Ele cria uma programação que ele gostaria de ver na casa dele, e é isto que acontece. Como a mentalidade de Silvio é metade brasileira e metade americana, a programação fica uma porcaria e a Rede Record se aproveita disto. E a Rede Record só tem o ibope que o Silvio deixou, pois também não tem competência de criar algo para atingir a Rede Globo.
Em seu blog, você bate direto na tecla da falta de planejamento e estratégia de programação das emissoras. Falta ousadia aos executivos? Não falta ousadia dos executivos, falta é competência e conhecimento do passado e da essência. Na Rede Globo, as duas únicas pessoas que entendem de televisão, foram afastadas por política de ciúmes. São Daniel Filho, que brigou com Marluce, e Roberto Talma. Tivesse um dos dois no comando da emissora e o ibope seria outro. Na Rede Record, não existe ninguém que possa assumir a direção artística e de programação. A Rede TV, mantém uma diretora de artístico lá durante oito anos e a emissora dá 1 de ibope. Na TV Band, pode juntar o vice-presidente artístico, Marcelo Meira, e o diretor de programação, Helio Vargas, e ibope que é bom não tem. No SBT só tem uma pessoa que entende de programação, que é o Murilo Fraga, mas quem manda é o Silvio Santos.
A Globo é acusada pela Record de não ser transparente em suas coberturas e esconder por trás interesses próprios. A Record é acusada pela Globo de se favorecer da IURD e por esta praticar uma competição desleal. Afinal, é a suja falando da mal lavada? Ninguém pode falar de ninguém em coisa alguma. Quando eu digo ninguém, é ninguém mesmo. Não vou escrever aqui sobre os detalhes disto, mas ninguém deveria ficar falando mal do outro, pois ninguém é ingênuo neste jogo.
Desde que foi aberta a discussão pela a compra dos direitos de exibição do Brasileirão uma guerra se formou. Emissoras sondam na calada da noite presidentes de clubes, a Globo se escora na "parceria" com a CBF para tirar maiores proveitos, a Record parece que está mais interessada em atrapalhar a Globo do que comprar o futebol, o Clube dos 13 rachou. Qual seu palpite para esse imbróglio que se formou? A Globo vai levar a melhor por uma razão que é o fato de primeiro cobrir todo território brasileiro. Depois, porque todo clube prefere ter sua camisa mostrada na Rede Globo para poder vender melhor sua camisa.
Um famoso jornal denunciou a contratação de dois humoristas pelo então Deputado Tiririca. Como você vê esta cobrança em cima do ex-palhaço? Escrevi na minha coluna que isto é bobagem, pois os dois contratados, José Américo e Ivan, são excelentes publicitários e redatores e foram eles que criaram o personagem político Tiririca. Então nada mais correto que eles serem contratado para criar os projetos de Tiririca. O que eu achei um absurdo foi a imprensa não ter protestado de verdade contra a nomeação de Tiririca para a Comissão de Educação. Isto é uma vergonha e uma agressão à educação. Por mais que a Educação do Brasil esteja uma vergonha, colocar um humorista de baixíssima alfabetização no cargo é algo de desprezo pela educação. Tipo assim, já que tá uma merda, pior não fica. Isto é um absurdo.
Nos últimos dias, muito vem se falando da polêmica entre o Deputado Jair Bolsonaro que, em entrevista ao “CQC”, foi questionado por Preta Gil sobre o que acharia se um filho seu namorasse uma negra, em resposta disse que não discutiria “promiscuidade” com ela. Como você vê toda essa polêmica? Cabe a cassação do mandato do Deputado? Primeiro devemos dar o direito de resposta ao deputado, que vai dizer que ele não é racista, pois seu sogro, seu cunhado e sua mulher têm afrodescendência. Então, neste dado, ele sai da acusação de racismo. Vai poder falar que entendeu errado, achando que se tratava de homossexualismo, porque homofobia não é crime igual racismo. Existe um movimento no Congresso para transformar homofobia em crime. Mas ainda não é, então, por não ter cometido crime, ele não é passível de quebra de decoro parlamentar. Isto não impede que eu ache que ele falou uma coleção de bobagens. Declarar que seus filhos não seriam homossexuais porque ele deu educação a eles é de uma ignorância sem igual. E este deputado teve muita gente que votou nele e pensa igual. É uma parcela de um povo ignorante e imbecil, que agride o homossexual pelo medo de um dia ter desejos homossexual, a que todo ser humano é passível por sua constituição genética.
Uma coluna de um famoso jornal carioca falou que Amílcare Dallevo está pensando em manter Gilmelândia no comando do “Super Pop” mesmo com a volta de Luciana Gimenez. Há, de fato, uma estremecida na relação de Dallevo e Marcelo de Carvalho? A venda da parte de Marcelo torna-se cada vez mais próxima, isso daria força aos boatos de uma negociação entre Luciana e o SBT? Você acredita nas fofocas que dão como certo que nesta história tem o dedo de Daniela Albuquerque? Esta resposta também está na minha coluna de segunda. Se não existisse o interesse de venda dos 30% de Marcelo de Carvalho, o caso não estaria em estudos no BTG Pactual, grande banco de investimentos. Ora, Marcelo fala que não está vendendo, mas o banco está estudando propostas com autorização dele. Quanto a Luciana Gimenez, ela recusou há um ano atrás uma proposta da Rede Record. Se fosse hoje, tenho certeza que não recusaria. Aliás, até ouvi uma história de que teve gente da Rede Record conversando com Luciana nos EUA. Não sei se realmente existiu, mas me contaram que aconteceu.
A Record está preparando uma extensa reportagem, que será exibida dentro do “Domingo Espetacular”, onde ataca a Globo devido à disputa pelo Futebol. A concorrência não deveria ter limites? Já escrevi antes que nesta área ninguém pode atacar ninguém. Numa briga entre Rede Globo e Rede Record as duas saem perdendo.
Na próxima terça (05), às 22h15, o SBT estreia sua mais nova novela, “Amor e Revolução”. Muitos vêm aplaudindo a postura pioneira do canal de Silvio Santos em tratar de um assunto tão amargo e polêmico. Quais suas perspectivas para a estreia? Acho que esta novela vai ser tão importante para o SBT como foi Beto Rockfeller para a TV Tupi. Apenas espero que depois disto as novelas do SBT sejam tão boas quanto, pois no caso da TV Tupi, depois de Beto, não fizeram mais nada.
Com a saída de Gugu do SBT, Silvio contra-atacou e tirou profissionais de peso da Record, como Eliana e Roberto Justus. Em ambos os caso, nem o SBT e nem a Record atingiram seus objetivos. A que você atribuiu isso? A Rede Record não tem direção artística com estratégia real de guerra. Eles não têm noção de história da TV e nem noção de psicologia de programação. E Silvio tem menos noção ainda. Ao ficar livre de Gugu, Silvio deveria ter deixado na Rede Record a Eliana e o Justus. Silvio trouxe a Eliana para o SBT porque Silvio gosta dela e gosta de ver o programa dela em casa. Quanto ao Justus, Silvio admira Justus por ser o maior publicitário do Brasil. E Silvio gostaria de ser o maior publicitário do Brasil. Silvio usou a emoção para contratar os dois. Quanto ao Gugu, ele estava muito desgastado com Daniela Beyruti e não poderia continuar no SBT. Gugu se achava sucessor de Silvio na direção da emissora e esqueceu que Silvio tem herdeiros reais.
Qual a maior revelação e o maior mico nos últimos anos na TV? Apenas nos últimos tempos, a maior revelação foi Mariana Ximenes como atriz. E o maior mico foi o constrangedor ibope de Hebe na RedeTV.
Você aprova a postura da Record em trocar profissionais gabaritados por Bispos da IURD para desempenhar funções e comandar importantes áreas da emissora? Nunca aprovei isto, mas não sou dono da Record. Já escrevi que deveriam ter profissionais contratados que se reportassem a um conselho de Bispos, para prestar contas de metas. A direção feita por Bispos lá é o que impede um melhor ibope.
Em seu blog, você sempre comentou que o maior inimigo do SBT é o próprio Silvio Santos. Por quê? Silvio é o maior animador do Brasil, mas é o pior diretor de programação que uma emissora pode ter. Ele é pior que o Honorilton Gonçalves.
Em um recente episódio, fãs da apresentadora Eliana o perseguiram e criticaram por uma nota sua em seu blog. Os fãs deixaram de existir e deram lugar aos fanáticos? Esta história de fanáticos é tão antiga e vem dos tempos de Emilinha Borba e Marlene no rádio. E sempre vão existir.
A Classificação Indicativa é um sinônimo bonitinho que o governo encontrou para a Censura? O que você acha desta onda de reclassificações que anda acontecendo? A atual censura é pior que a antiga da ditadura. Eu enfrentei a censura antiga ao dirigir uma peça de teatro política aos 17 anos de idade no teatro de Arena. A gente sabia quem eram os censores e qual a cabeça deles. Hoje ninguém sabe quem são. E dizem que estão defendendo as crianças. Ora, criança entra no computador e vê sexo e tudo mais a qualquer hora. Estes censores deveriam tentar ira para as ruas para resolver os problemas das dez mil crianças de rua na cidade.
Assim como o rádio perdeu espaço para a televisão, a internet sucumbirá a TV? Há motivos para ter esperanças neste veículo que um dia tanto alegrou aos brasileiros? É um equivoco dizer o que rádio perdeu o espaço para a TV. O rádio era único meio eletrônico. Com a TV, ele passou a ocupar espaço diferenciado. E as rádios cresceram. A rádio é uma mídia eletrônica auditiva e a TV é visual. Já no caso da Internet e TV, as duas são visuais, então uma pode tirar consumidor da outra, mas acredito que isto não ocorra antes de trinta anos, que seria a geração que hoje tem 10 anos e a extinção da geração que hoje tem 40.
Qualidade/Faturamento ou Audiência? Quem disser que não faz televisão comercial baseado no ibope, pode ir para outro ramo.
O que você assiste na tevê e o que você nunca assistiria? Assisto tudo, desde criança. Não tenho horário muito definido para descansar, pois uso muito a madrugada para escrever. Mas o que menos gosto é novela, por isto escrevo muito pouco ou quase nada sobre o assunto.
Certa vez, em seu blog, você comentou que existe um processo engavetado no Ministério das Comunicações, em Brasília, que posto em prática tiraria um grande grupo de mídia do Brasil. Pode dar alguma dica? Não sou louco de falar sobre isto.
Hebe reclamava das constantes trocas de horários no SBT e culpava a instabilidade de seu programa pela baixa audiência, algo em torno de 5 pontos. Na RedeTV vem dando 2 de Ibope. O “produto” Hebe já não vende como antes ou há, em ambos os casos, um erro na leitura do tipo de programa que a apresentadora deve apresentar? Existe um grande erro de filosofia de produção no caso de Hebe, tanto no SBT quanto na RedeTV. Já escrevi sobre a estrutura adequada ao programa da Hebe e disse que se não fosse feito daquele jeito, Hebe daria o resultado pífio que está dando. Dentro da RedeTV deram risada do que escrevi. Depois, quando fatos se mostraram reais, me odiaram por ter escrito certo. Eu nunca fiz uma crítica por fazer, sempre mostrei onde estava errado e onde estava o certo. Apenas eles, nem sabendo o caminho, tem competência de fazer o certo.
Como você vê esta postura da Band em contratar grandes estrelas a altos custos e mantê-las na geladeira? A maior preocupação de Johnny Saad é em ter lucro. E isto ele tem com venda de horário. Então, ele coleciona artistas para ter a impressão que tem produto. E prefere deixar na geladeira, pois se colocar no ar, o ibope vai mostrar o que ele realmente tem na geladeira, uma fantasia de realidade. Johnny é o maior fã de seus contratados.
Você teria um palpite, em termos de crescimento, para alguma emissora para este ano? Se mudasse a direção, Rede Record poderia encostar na líder. As outras não vão mudar e vão continuar iguais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário