Carlos Saldanha, diretor de “A Era do Gelo” e de “Rio”
Em 1992, Carlos Saldanha deixou o Brasil, acompanhado pela mulher, para tentar a sorte nos EUA.
Cursou mestrado em artes e se especializou em animação digital na School of Visual Arts de Nova York e, dez anos depois, estreou em Hollywood como codiretor de “A Era do Gelo”.
Nos dois filmes seguintes da franquia, lançados em 2006 e em 2009, assumiu a direção sozinho.
Desde aquela época, Saldanha já tinha a ideia de fazer uma animação com o Rio de Janeiro, sua cidade natal, como cenário.
Ela se concretizou em “Rio”, que traz as vozes de Anne Hathaway, Jesse Eisenberg e Rodrigo Santoro nos papéis principais e estreia no Brasil na próxima sexta-feira, 8/4. Ele falou ao Metro sobre o trabalho.
Há quanto tempo você teve a ideia de fazer “Rio”? Comecei a pensar nessa animação em 2002, o mesmo ano em que lançamos o primeiro “A Era do Gelo”. Estava nos Estados Unidos havia dez anos, queria fazer um filme sobre o Brasil.
O fato de você ser carioca foi decisivo para o Rio de Janeiro ser escolhido como cenário? Ah, sim, mas não foi só por isso. Acho que o Rio representa bem o Brasil no imaginário estrangeiro. A cidade e as paisagens são como a janela de entrada para o país, todos querem conhecer o Pão de Açúcar e passear pelas praias.
E como foi migrar das paisagens frias de “A Era do Gelo” para a praia quente de “Rio”? Foi um passo necessário. Não gosto de trabalhar sempre com a mesma coisa e já estava com vontade de trocar de ares. Por mais legal que seja um trabalho como “A Era do Gelo”, que adoro, chega uma hora em que é preciso ter um desafio. Foi boa a mudança do gelo para o Rio. O calor do Brasil deu um ânimo novo.
Como foram escolhidas as vozes dos personagens? É o processo normal de “casting” de atores: pensamos em cinco nomes para cada personagem, fizemos testes e escolhemos os que consideramos melhores. A única exceção foi o Rodrigo Santoro, que convidei pessoalmente para o papel de Túlio.
Quando você o convidou? Quando estávamos em pré-produção. Eu já vinha pensando em chamá-lo, porque queria um ator brasileiro que falasse inglês bem. Daí peguei um voo com ele e pensei “Que coincidência”. Uns tempos depois, pegamos outro voo juntos, então decidi que aquela era a hora. No avião mesmo fui falar com ele, que adorou a ideia toda e já topou. Então combinamos que ele faria a voz
do Túlio em inglês e em português.
do Túlio em inglês e em português.
“Rio” terá continuações, a exemplo de “A Era do Gelo”? Hoje em dia é bem comum animações terem as continuações… Mas não penso nisso ainda. Se houver boa receptividade, boa bilheteria, acho natural que façamos, sim.
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